Dior retrata força feminina de ícones da década de 50 em desfile de alta costura
- Bárbara Scorsin
- 30 de mar. de 2023
- 2 min de leitura
Trabalho de escrita para curso de Jornalismo de Moda da EnModa

No último mês, a Dior apresentou sua coleção de outono-inverno 2023/2024 em um desfile deslumbrante, no Jardin des Tulleries, em Paris. A coleção foi dirigida por Maria Grazia Chiuri, diretora criativa da marca.
O desfile
Com inspiração dos anos 50, produções mais sóbrias como alfaiataria, casacos curtos e o clássico tailleur foram destaque na passarela. A cor preta predominou nas produções juntamente das meias finas com sandálias, que apareceram em praticamente todos os looks apresentados. Em outro desfile, Dior já fez referência ao seriado Game Of Thrones, será que essa estética gótica veio inspirada em Wandinha?

Sobre estampas, pudemos notar listras, o famoso pied-de-poule, animal print de cobra e onça, xadrez e desenhos borrados em tons de verde e violeta, talvez fazendo referência à cor do ano, Viva Magenta, escolhida pela Pantone para 2023.
Apesar do tom dark, Dior apresentou muito brilho nas peças e acessórios como suas tradicionais bolsas que, claro, não ficariam de fora. Bucket hat e boinas à la parisienses também foram escolhas para as produções.
Ficou bem evidente que a tendência marcante dessa coleção foi a alfaiataria. Blazers, ternos e conjuntos provaram que a alfaiataria não precisa ser sempre a mesma, e que as tendências Y2K começam a ficar um pouco para trás, e o que aparece de verdade são peças dos anos 90 repaginadas.
A decoração assinada por Joana Vasconcelos
O ambiente escolhido para o desfile foi o Jardin des Tulleries. A instalação imersiva monumental, com formas arredondadas, muito brilho e estampas, foi desenvolvida pela artista portuguesa Joana Vasconcelos, e recebeu o nome de Valkyrie Miss Dior, inspirada em Catherine Dior, irmã do estilista da marca.

A obra retrata os anos 50, pós Segunda Guerra Mundial, no momento de maior pobreza e sobriedade e as mulheres passaram a desempenhar papéis muito menos tradicionais e muito mais independentes. Maria Grazia Chiuri enfatiza que vê Catherine como uma Valquíria, mulher guerreira da mitologia nórdica, noção que disparou a concepção da coleção.

Além das esculturas, a disposição dos assentos também chamou a atenção com formas arredondadas e irregulares, fugindo das tradicionais fileiras retas.
A trilha sonora também teve um ar sombrio e encerrou com um toque francês com Non Je Ne Regrette Rien, de Edith Piaf, uma das grandes cantoras da época de 50, conhecida também por quebrar barreiras para as mulheres da arte.
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